"Os abaixo assinados, cantores líricos,
diretores cênicos, iluminadores, maestros, artistas e amantes da ópera vêm por
meio deste documento demonstrar sua profunda insatisfação e descontentamento
com a forma como a classe artística vem sendo tratada e com a situação a que
vem sendo relegada nas últimas décadas e, em especial, desde a assunção da
atual gestão do Theatro Municipal de São Paulo.
O nosso Theatro Municipal, bem público,
gerido por uma entidade pública e fundeado com recursos públicos do município
tem, além da função de promover espetáculos à população, a missão inescapável
de fomentar e promover a atividade de ópera no país, valorizando o artista
nacional sobre o estrangeiro.
Não é possível e não podemos aceitar
pacificamente que um maestro contrate a seu bel prazer um grande número de
artistas estrangeiros representados por uma agência internacional, sendo que
esta mesma o representa na Itália. Há um claro conflito de interesses entre a
coisa pública e os interesses privados.
Também é inaceitável ter havido uma suposta
grande audição sem uma banca notoriamente idônea e diversificada, e sem que os
papéis estejam realmente disponíveis. Praticamente todos os papéis foram
distribuídos antes mesmo de as audições serem anunciadas! Uma verdadeira
FRAUDE.
A atual temporada lírica tem praticamente o dobro de artistas estrangeiros em papéis principais e sempre com número de apresentações superior aos elencos compostos por brasileiros. Há inclusive casos absurdos de pequenos papéis para os quais foram contratados estrangeiros, sendo que inúmeros cantores brasileiros poderiam se incumbir dos mesmos.
Os fatos ocorridos recentemente praticamente se qualificam como crime de lesa pátria. É inaceitável que um teatro publico não tenha regras claras para a contratação de profissionais estrangeiros em detrimento dos nacionais. É fato notório que os artistas nacionais ganham valores muitos menores do que os recebidos por estrangeiros, mesmo que sejam do nosso primeiro time, e os de fora, artistas inferiores.
A atual temporada lírica tem praticamente o dobro de artistas estrangeiros em papéis principais e sempre com número de apresentações superior aos elencos compostos por brasileiros. Há inclusive casos absurdos de pequenos papéis para os quais foram contratados estrangeiros, sendo que inúmeros cantores brasileiros poderiam se incumbir dos mesmos.
Os fatos ocorridos recentemente praticamente se qualificam como crime de lesa pátria. É inaceitável que um teatro publico não tenha regras claras para a contratação de profissionais estrangeiros em detrimento dos nacionais. É fato notório que os artistas nacionais ganham valores muitos menores do que os recebidos por estrangeiros, mesmo que sejam do nosso primeiro time, e os de fora, artistas inferiores.
Não somos contra a vinda de estrangeiros,
sempre uma experiência de intercâmbio artístico válida, porém somos
radicalmente contra a falta de critérios.
Na atual conjuntura da cena lírica
brasileira, está patente pela opinião da crítica e do público que nossos
artistas têm excelente nível, havendo casos em que o elenco nacional teve
desempenho muito superior ao internacional, como no Rigoletto de 2011, apenas
para citar um exemplo. Passamos há muito tempo da época em que tínhamos que
importar talentos.
O governo atual, sendo de um partido popular e nacionalista não pode em sã consciência preterir o artista brasileiro. As ideias aqui expressas não são necessariamente contra pessoas, mas sim contra um sistema que não promove, não incentiva e nem prestigia o artista brasileiro.
O governo atual, sendo de um partido popular e nacionalista não pode em sã consciência preterir o artista brasileiro. As ideias aqui expressas não são necessariamente contra pessoas, mas sim contra um sistema que não promove, não incentiva e nem prestigia o artista brasileiro.
Haveria alguém na atual gestão do PT capaz de
se opor à manutenção e geração de postos de trabalho para os brasileiros? Não é
do interesse da nação e do município incentivar seu artista, como fazem os
países de primeiro mundo? Em um momento de crise como esta pela qual o mundo
está passando, o Theatro Municipal e a Prefeitura se opõem à proteção e
incentivo ao artista brasileiro e resolve promover os estrangeiros com dinheiro
público?"
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Bravo! Bravo! Bravo!
ResponderExcluirApoio totalmente.
Que reflexão, novas posturas, respeito e novas oportunidades venham para o profissional brasileiro!
Sempre Toda Paz, com verdade, justiça, ponderação e muita música e, principalmente, ópera!
Rosana Rodrigues.
Advogada-São Paulo
Sim, Rosana, todo o apoio da sociedade aos nossos artistas será bem-vindo nesse momento. A história da ópera no Brasil se fez e deve continuar a ser feita com a participação dos elencos nacionais. A experiência do Theatro Municipal do Rio de Janeiro é prova disto. Desde quando criados os seus corpos fixos (orquestra, coro e balé) no inicio dos anos 1930, a nossa vocação para fazer ópera só se fortaleceu. Portanto, não podemos aceitar a adoção de uma política municipal contrária ou prejudicial à participação dos talentos nacionais nas temporadas. Nós, que amamos a ópera, devemos assinar o manifesto dos artistas líricos e dar todo o apoio às suas justas razões. Obrigada por seu comentário neste blog.
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