por Comba
Marques Porto
A montagem desta Aida despertou o
entusiasmo do público. Afinal, era a primeira ópera da "temporada" de
2013. Era a comemoração do bicentenário de nascimento de Verdi. Era a estreia
do maestro Karabtchevsky na direção da programação de ópera do TM. Era a
primeira ópera montada depois dos noticiados conflitos entre a administração do
teatro e seus corpos estáveis, estes fragilizados pela inércia dos gestores
quanto à realização dos concursos públicos necessários à completar os conjuntos
e, assim, estruturar suas atuações em temporadas bem planejadas, dando vida à
casa que, lamentavelmente, mais vem servindo à locação para eventos variados do
que à apresentação dos programas mais condizentes com sua história, a ópera em
especial.
Aida não é uma ópera popular por
acaso. É muito mais que a sua Marcha
Triunfal. É obra que transcende o fato de ter sido escrita por encomenda
para a comemoração da abertura do Canal de Suez. A partitura desta ópera contém
trechos belíssimos, verdadeiro alento para quem vai à ópera em busca da boa
música. Quando bem executada, podemos sorver toda a riqueza da escrita de
Verdi.
Sempre me emociono com o final do 2º ato. Verdi de fato soube conquistar o público com aquela configuração em tutti, aliás, presente em outras de suas óperas: solistas em sexteto, coro, vigorosa massa orquestral.