terça-feira, 15 de novembro de 2016

Funcionários do Theatro Municipal do Rio podem parar




Sem salários
por Henrique MarquesPorto

Como já é do conhecimento geral, o Governo do Rio de Janeiro está em situação pré-falimentar. Se é que já não faliu. O desastre financeiro da administração Pezão/Dornelles é inconcebível se considerado o extraordinário volume de recursos recebidos pelo Estado nos últimos anos, por conta, sobretudo, das obras para a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas. O Estado e a Prefeitura nadaram em rios de dinheiro. Tão  logo terminaram os eventos os rios secaram misteriosamente. Assunto para os órgãos de fiscalização, incluindo a polícia.

Os funcionários públicos estão sem receber salários ou recebendo em pequenas parcelas. No caso do Theatro Municipal, integrantes da Orquestra, do Coro e do Ballet avisam que a anunciada paralisação não se trata de movimento grevista, mas falta de condições mínimas de trabalho. De fato, em muitos casos há dificuldade até de ir trabalhar por falta de dinheiro. 

Em comunicado a direção do TMRJ anunciou a suspensão da venda de ingressos para a ópera que encerrará a temporada deste ano, Janufa, de Leos Janacek. 

Leia abaixo a nota do Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Públicas da Ação Cultural do Estado do Rio de Janeiro.

COMUNICADO IMPORTANTE


NOTA OFICIAL DO SINTAC – Sindicato dos Trabalhadores em Entidades Públicas da Ação Cultural do Estado do Rio de Janeiro – 14/11
Nota Pública sobre a paralisação das atividades na Fundação Teatro Municipal do Rio de Janeiro

Em Assembleia Geral e Extraordinária convocada pelo SINTAC e as Associações dos Corpos Artísticos da FTM/RJ, realizada no último dia 14 de novembro de 2016, os servidores dessa Casa, reunidos, decidiram que, devido ao parcelamento do salário do mês de outubro, e a ausência de previsão de pagamento integral do referido pagamento, paralisar as atividades artísticas, a partir de 16 de novembro, caso não seja efetuado o pagamento integral dos salários.

As atividades técnico-administrativas, com escalonamento visando ao mínimo deslocamento dos trabalhadores desta fundação, até a regularização do referido vencimento, serão mantidas.

Esta decisão nos é extremamente difícil, pois desde o início desta crise temos nos esforçado para manter a programação estabelecida pela direção da FTM.

Entretanto, não se pode ignorar a situação anômala atual, em que grande contingente de servidores encontra-se impossibilitado de comparecer às atividades normais da Casa, devido à desorganização financeira causada pelos sucessivos atrasos nos pagamentos dos vencimentos pelo Governo do Estado, culminando com o parcelamento do último salário, referência Outubro de 2016.

Desejamos esclarecer que esta suspensão das atividades não é um movimento grevista reivindicatório, mas apenas a constatação de que não há, atualmente, condições mínimas de manutenção de toda a carga horária programada, dada a inadimplência do estado para com os servidores e funcionários.”

Rio de Janeiro 14 de novembro de 2016.
Pedro Ismael de Oliveira Neto – Presidente da  Associação do Coro do TMRJ
Edifranc dos Santos Alves – Presidente da ACOBATEMURJ / Associação do Ballet do TMRJ
Jesuina Noronha Passaroto – Presidente da AMOSTEMURJ / Associação da Orquestra do TMRJ
Pedro Ismael de Oliveira Neto – Presidente do SINTAC / RJ