quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O Requiem de Hector Berlioz:
a Grande Messe des Morts

Hector Berlioz (1803-1869)
Algum visitante poderá perguntar: e por que não o Requiem de Verdi, se o tema do blog é a ópera? Talvez por isso mesmo, porque ficaria óbvio demais -pensei. E porque o Requiem verdiano é quase uma ópera. E escrevi "quase" para atenuar a afirmação e me dispensar de maiores explicações e análises.  
Uma das mais belas e impressionantes obras do repertório clássico é a Grande Missa dos Mortos, o Requiem de Hector Berlioz. Berlioz criou uma peça verdadeiramente monumental. Achou pouco  apenas uma orquestra e um conjunto coral. Dobrou naipes, acrescentou conjuntos de metais, escreveu para dois ou três coros (cerca de 300 vozes,) podendo ser mais dependendo do regente. Tímpanos são no mínimo oito, podendo chegar a dezesseis! Todos juntos não cabem nem na maior sala de concertos do mundo. Massa orquestral imensa que precisa ser alojada em parte dos camarotes, na platéia ou nos balcões dos teatros.
Não se imagine, contudo, que com uma orquesta e coro dobrados Berlioz produziu um Requiem apenas grandiloquente e barulhento. A Grande Messe des Morts é também uma obra delicada, cujo contéudo é uma visão esperançosa e tranquila da morte, embora com abordagem dramática como em todo o romantismo. Se nas missas barrocas encontramos a busca do "superior", de Deus, nos românticos temos a sua aceitação e a afirmação da existência divina a comandfar o universo, a vida e também a morte. É assim com Beethoven na Missa Solemnis, e também com Berlioz nessa obra grandiosa.
A passagem mais espetacular do Requiem de Berlioz é sem dúvida o Dies Irae, quando Berlioz faz soar as mil trombetas e trovões do Juízo Final. Confira a passagem nessa versão regida por Sir Colin Davis. Repare que são 12 tímpanos e um bumbo soando juntos! Mais coros e metais triplicados. Massa orquestral superlativa capaz de arrepiar até o ouvinte menos sensível.

Aqui na versão de Sir Colin Davis a frente da Bavarian Radio Symphony Orchestra e do Bavarian Radio Symphony Chorus, dirigido por Herwig Saffert.
Hector Louis Berlioz - Requiem opus 5  (Requiem, Kyrie, Introitus, Dies irae, Quid sum Miser)


Mas, como é Dia de Finados, e para não ficarmos sem Verdi -que afinal ilustra esse espaço com sua imagem- aí está a íntegra de uma das melhores versões de seu Requiem, de 1967, com Herbert Von Karajan a frente da Orquestra e do Coro do Teatro alla Scalla. Os solistas são Leontyne Price, Fiorenza Cossoto, Luciano Pavarotti e Nikolai Guiaurov.

Giuseppe Verdi-Requiem

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