Malvina Pereira estudou canto com um certo maestro Bellucci e estreou em 1901 no Teatro Odeon de Mendoza, Argentina. Nos anos seguintes cantou em várias cidades e centros importantes, como Rio, São Paulo, Buenos Aires (Teatro Colóm e outros) e Solis de Montividéu. Era esse precisamente o circuito das grandes e médias companhias que vinham principalmente da europa excursionar pela América so Sul nas primeiras décadas do século 20. Cantou também em São Francisco-EUA, no TeatroTivoli, contratada pela Pacific Coast Company.
Os registros disponíveis sobre sua carreira se referem ao período entre 1903 e 1920. A partir deste ano não consta nenhuma informação.
A partir de 1909 sua carreira parece ter se baseado na Itália, onde cantou em diversas cidades e centros musicais importantes, como Roma, Milão (Teatro Verdi), Nápoles, Bolonha e Gênova, entre outras.
Seu repertório incluía: Lucia de Larmermoor, de Donizetti, I Puritani, de Bellini, La Bohéme, de Puccini, Carmem (Michaela), Bizet, Il Guarany e Salvador Rosa, de Carlos Gomes, Rigoletto e La Traviata, de Verdi, e Barbeiro de Sevilha, de Rossini. Repertório típico de soprano lírico-ligeiro.
Deixou apenas quinze registros sonoros por três gravadoras - a Vctor Record, a Gramophone Record e Odeon Fonotipia Record -estas últimas feitas pela Casa Edison do Rio.
Pelas informações até aqui reunidas, Malvina Pereira não chegou a cantar nas grandes casas de ópera da europa e Estados Unidos. Ainda assim é possível identificar movimentada carreira principalmente em teatros de importantes cidades italianas, o que não é pouco considerada a época e o nível de exigência daquele público, acostumado a apaludir os grandes nomes da chamada "época de ouro" da ópera.
Entre as gravações há uma boa versão completa do Barbeiro de Sevilha, de Rossini, realizada em Milão, em abril/maio de 1919 e remasterizada em 2007. No elenco o barítono Ernesto Badini (Fígaro), o tenor Edoardo Taliani (Almaviva) e os baixos Davide Carnevali (Bartolo) e Umberto Di Lelio (Don Basilio). Carlo Sabajano rege o Coro e a Orquestra "Grammofono". Contudo, algumas fontes indicam que se trata na verdade da orquestra e do coro do teatro Alla Scalla, com um nome de fantasia. Um indício de que Malvina Pereira pode ter se apresentado no Scalla.
Permanecem os mistérios de seu rosto e do rumo que tomou sua vida depois de 1920. O último registro encontrado é o de uma Lucia de Larmermoor, cantada neste ano no Teatro Verdi, de Pisa.
Mas podemos ouví-la aqui no Barbeiro de Sevilha -registro antigo, mas benefiado pela remasterização. Na seleção, a ária de Rosina, "Una voce poco fa" e sua sequência, o dueto "Dunque io son", com o barítono Ernesto Badini.
Malvina Pererira- "Una voce poco fa"
Malvina Pereira e Ernesto Badini- "Dunque io son"
Henrique Marques Porto
Fontes:http://www.lavoceantica.it/
http://www.todoperaweb.com.ar/
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